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COLÓQUIO LBA-PDBFF: “Desmatamento, Degradação e Fragmentação Florestal – quanto mais o ecossistema Amazônico aguenta?”

  • Publicado: Terça, 12 de Maio de 2015, 14h39
  • Última atualização em Segunda, 18 de Maio de 2015, 14h07

O Programa de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia (LBA) e o Projeto Dinâmica Biológica de Fragmentos Florestais (PDBFF) promovem, no próximo dia 15, o colóquio “Desmatamento, Degradação e Fragmentação Florestal – quanto mais o ecossistema Amazônico aguenta?”, com os palestrantes José Luís Camargo, do PDBFF, e Sâmia Nunes, do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia – Imazon.

Apresentação "Desmatamento, degradação e fragmentação florestal – quanto mais o ecossistema Amazônico aguenta?" Sâmia Nunes - IMAZON

Apresentação "Desmatamento, degradação e fragmentação florestal – quanto mais o ecossistema Amazônico aguenta?" José Luis Camargo - PDBFF/INPA

O objetivo do evento, que continua a série de colóquios promovidos pelo LBA e pelo PDBFF, é formular questões científicas sobre os indicadores do desmatamento e seus impactos, e a degradação florestal e suas consequências sobre o ecossistema. A ideia é promover um amplo debate sobre a capacidade da floresta de se regenerar, em especial frente à sequência de eventos extremos provocados pelas mudanças climáticas.

“Queremos esclarecer melhor a situação atual da Amazônia em termos de desmatamento e degradação florestal e suas consequências sobre o ecossistema e esperamos que os participantes do colóquio saiam instigados a contribuir com a ciência por traz dos fatos, com a construção de políticas públicas para uma proteção mais efetiva da Amazônia e para a prevenção e mitigação de eventos extremos”, afirma Muriel Saragoussi do LBA.

Sediado no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), o PDBFF mantém um dos mais completos bancos de dados acerca do efeito da fragmentação dos habitats sobre as formas de vida da floresta. Nos últimos 35 anos, pesquisadores e estudantes desse projeto se dedicam a estudar e avaliar os impactos da fragmentação da floresta amazônica sobre uma diversidade de espécies animais e vegetais, bem como sobre vários processos ecológicos e ecossistêmicos.

De acordo com José Luís Camargo, um aspecto chave dos estudos no PDBFF é que, antes da criação experimental dos fragmentos florestais, uma grande quantidade de dados sobre várias espécies foi coletada, criando uma linha de base a partir da qual é possível uma avaliação mais contundente dos efeitos da fragmentação. 

 “Conforme esperado, muitas espécies – grandes mamíferos, primatas, aves do sub-bosque e certos besouros, formigas, abelhas cupins e borboletas – são altamente sensíveis à fragmentação e algumas delas desapareceram até mesmo dos maiores fragmentos da área de estudo”, explica José Luís Camargo.

O PDBFF tem uma dupla missão: determinar as consequências ecológicas do desmatamento e da fragmentação florestas sobre a fauna e flora na Amazônia e transferir a informação gerada a diferentes setores da sociedade para favorecer a conservação e o uso racional dos recursos florestais. Para cumprir sua missão, o projeto criou um programa de pesquisa para inventariar e monitorar a biodiversidade e suas respostas aos impactos provocados pela fragmentação que podem servir de modelo, testado, avaliado e ser exportado para outras Unidades de Conservação dentro e fora do país.

“Se somarmos desmatamento, degradação e fragmentação aos eventos de seca que vêm se multiplicando na última década, temos uma floresta cujo futuro pode estar ameaçado. Ou será que não?”, questiona Muriel Saragoussi 

 

Monitoramento

O desmatamento da Amazônia tem sido monitorado de forma contínua desde 1988 pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), através do sistema PRODES, que verifica anualmente o desmatamento acontecido entre os meses de agosto de um ano e julho do ano seguinte. As taxas anuais são estimadas a partir dos incrementos de desmate identificados em cada imagem de satélite que cobre a Amazônia Legal.

A partir de maio de 2004, os dados do sistema DETER (detecção de desmatamento em tempo real) geraram uma base confiável e rapidamente disponível para a tomada de decisão que, em associação ao Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento da Amazônia Legal, permitiram ao país lograr reduções expressivas do desmatamento. “Este é um ótimo exemplo onde uma ciência de qualidade se associa à vontade política para mudar uma realidade”, diz Muriel Saragoussi.

Em novembro de 2014, os dados do DETER passaram a ser publicados somente a cada três meses, dificultando um acompanhamento efetivo por parte da sociedade com base nos dados oficiais. Esta informação tem sido suprida graças ao SAD - Sistema de Alerta ao Desmatamento, do IMAZON, cujo objetivo é “detectar, quantificar e monitorar, por meio de imagens de satélite, o desmatamento, a degradação florestal, a exploração madeireira, as estradas não oficiais e outras formas de pressão humana na Amazônia Legal”.

 “Os dados são claros: o desmatamento da Amazônia voltou a subir no último ano. E sabemos também que fatores como a fragmentação florestal e a degradação pela exploração seletiva de produtos florestais, principalmente madeira, têm minado a capacidade de regeneração do ecossistema florestal e mudado sua composição. Temos que colocar essas questões em pauta permanentemente com a sociedade, e o LBA tem muito a contribuir”, acrescenta Muriel.

Liderado pelo Brasil, o LBA é o maior projeto de cooperação científica internacional já criado, com a meta de estudar as interações entre a floresta amazônica e as condições atmosféricas e climáticas em escala regional e mundial. O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação – MCTI – é o responsável pelo gerenciamento do Programa, enquanto o INPA responde pela coordenação científica.

 

Estrutura do evento

Como o objetivo do Colóquio é levantar questões científicas com a participação da sociedade, foram convidados como “Provocadores” a jornalista Kátia Brasil, do Portal Amazônia Real, e o pesquisador Francis Wagner, coordenador Geral da Pós-graduação Lato Sensu da Escola Superior de Tecnologia (EST/UEA)."

A participação de Sâmia Nunes como palestrante será importante para que o público possa conhecer um pouco mais sobre as pesquisas do Imazon, que mantém um portal de geoinformação – ImazonGeo, criado com o objetivo de fornecer informações de qualidade sobre a situação, dinâmica e pressão sobre as florestas e Áreas Protegidas da Amazônia”.

Cada um dos palestrantes fará uma exposição inicial de 30 minutos. Sâmia Nunes apresentará os dados atuais de desmatamento e degradação florestal da Amazônia e José Luís Camargo mostrará o estado da arte sobre as consequências da fragmentação florestal nos remanescentes florestais do ecossistema amazônico. 

Em seguida, os provocadores terão 10 minutos cada para tecer comentários e levantar perguntas científicas complementares àquelas já apontadas pelos palestrantes. Por fim, o debate será aberto ao público para perguntas e comentários. A estimativa é de que participem 150 pessoas, entre pesquisadores, professores, alunos do INPA, UEA, UFAM, ULBRA, FAPEAM e cidadãos interessados no tema.

 

Por Ana Paula Freire, especial para o LBA/INPA 

 

 
Colóquio LBA-PDBFF: “Desmatamento, Degradação e Fragmentação Florestal – quanto mais o ecossistema Amazônico aguenta?”
Dia: 15 de maio
Horário: 14h - 18h
Local: Auditório Bosque da Ciência, Av. Otávio Cabral, s/n - Aleixo, anexo ao Campus 1 do INPA
Informações pelo telefone: 3643-3636

 

 

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